terça-feira, 22 de março de 2016

Minha experiência com ansiedade

Confesso a vocês que já perdi a conta de quantas vezes eu já escrevi e excluí para esse primeiro post.
Sempre gostei de ser muito detalhista ao contar minhas experiências envolvendo a ansiedade, mas percebi que muitas coisas estavam sendo desnecessariamente contadas, desnecessárias pelo menos pra esse "primeiro" post. Primeiramente: meu nome é Renata, tenho 18 anos, sou de Belém do Pará e fanática pelo Corinthians. Agora, vou tentar resumir como e quando meus problemas com a ansiedade começaram: em 2015,  estava fazendo cursinho e no início do meu namoro. Durante o mês de maio muitas preocupações (muitas irracionais) começaram a brotar e inquietar minha mente. Preocupação com a família, com o namorado, com os estudos fizeram com que, na noite 3 de junho de 2015 eu tivesse um ataque de pânico, que é uma das piores coisas que pode acontecer com um ser humano na vida. Seu corpo treme, seu coração dispara, o medo toma conta de você. Quem convive com a ansiedade entende e, com certeza, lembra muito bem o seu primeiro ataque (no meu caso, eu só tive esse, mas consegui evitar muitos). Costumo comparar o ataque que eu tive como um tsunami. A água "some" e depois vem com tudo. Nesse dia, eu tinha tudo para ficar animada pois era véspera de feriado, entretanto, antes do ataque, eu estava terrivelmente apática, e fazia de tudo para deixar de estar. Nada adiantou. Foi uma falta de sentimentos e depois, incontáveis sentimentos que, de uma vez, tomaram conta de mim. Não sabia que era um ataque de pânico, o que aumentava o meu terror, justamente por não saber o que estava acontecendo. Denominava como crise nervosa em decorrência de tanta preocupação existente, não é uma denominação necessariamente errada, mas não é algo que pode ser explicado detalhadamente, crise nervosa pode ser significado de várias coisas.
Eu me acalmei quando meu padrasto (que mora em São Paulo) me ligou e conversou comigo. É tranquilizante sentir que aquele terror está indo embora, e ao mesmo tempo é assustador, pois o receio desse pânico voltar é enorme. ENORME. Consegui pelo menos acompanhar o jogo do Corinthians contra o Grêmio, e não foi nada legal, 3 x 1 para o imortal que sempre morre.
Essa noite de terror me fez questionar totalmente o sentido da vida, o porquê daquilo ter acontecido comigo. E era apenas o começo. Com o tempo, pesquisando sozinha, comecei a entender mais o que tinha se passado comigo, e mesmo assim apareceram inúmeros medos irracionais, crises de ansiedade absurdas (não é a mesma coisa que um ataque de pânico na minha opinião), pensamentos intrusivos,  confusão mental, o medo intenso de ficar sozinha, sentimento de impotência, desespero e todo o resto do pacote completo da ansiedade. Queria deixar bem claro uma coisa, não tenho um diagnóstico certo porque nunca fui ao psiquiatra, não tomei remédios até o momento, só fazia acompanhamento psicológico, porque, apesar do sofrimento, consigo lidar com a ansiedade sozinha.
Quando eu percebi que são inúmeras as pessoas sofrem do mesmo problema e de maneira até mais intensa, senti muita tristeza, o meu desejo de ajudá-las só aumentava, mas às vezes, não conseguia ajudar nem a mim mesmo. Foi quando comecei a entrar em sites de psicologia, canais no YouTube e grupos no Facebook que abordam a ansiedade como principal tema. Troquei minhas experiências, recebi palavras de conforto e esperança, conheci pessoas maravilhosas que estavam dispostas a me ajudar mesmo só pela internet, etc. Comecei a tirar os pontos positivos de tudo isso, e conseguia. Passei a valorizar mais as pequenas felicidades, a reclamar um pouco menos, a entender mais as pessoas e os seus sentimentos, entre outros. Quanto ao apoio da família, a questão é um pouco complicada, como minha mãe não entende muito e meus avós não sabem absolutamente nada sobre, não costumo falar abertamente sobre isso. Meu pai mora longe daqui, por isso não toma conhecimento do que acontece, e eu também não vejo necessidade de ele saber. Sendo assim, converso mais com meu namorado e amigos, mas, honestamente falando, prefiro falar tudo com alguém que sofre do mesmo, porque ninguém te entende melhor quanto aquele que vive a sua mesma dor.
Sim, continuo tendo pensamentos intrusivos, medos exagerados, momentos de desânimo e apatia, mas agora sei lidar melhor com isso. Pra mim,  nada acontece por acaso, tudo tem um motivo. Meu objetivo aqui é contar um pouco da minha experiência, na esperança de que alguém se identifique ou pelo menos se interesse mais pelo assunto. E lembrando: se você acha que está sofrendo com algum transtorno de ansiedade, PROCURA UM MÉDICO POR FAVOR NUNCA TE PEDI NADA, faça primeiro um check-up para saber se não é nada físico. Se não, vá ao psicólogo e psiquiatra, lá eles te auxiliarão a lidar melhor com o seu problema, seja por meio de medicamentos e/ou terapia. Até a próxima ;)
PS: Se você se identificou com minha história, comente. Serei muito atenciosa com quem querer trocar uma ideia comigo.